SENTIMENTOS – O que é mais importante na vida?

Profunda essa pergunta, né? Mas me pergunto isso todo santo dia: “Maira o que é mais importante pra você na vida?”. Me pergunto isso, pois todos os dias me vejo cara a cara com decisoes difíceis a serem feitas na minha vida pessoal, logo fico ponderando o que é mais importante e o que pode ser deixado de lado ou o que pode ser adiado, sabendo que 100% de realizacao é algo, ironicamente, empírico e nao realizável. (((-:

Aos poucos acabei percebendo que nao existe nada e nem ninguém que é de uma forma geral e única “a coisa/pessoa mais importante na vida”. O que existem sao as coisas/pessoas mais importantes num determinado período/momento da nossa vida. Parece óbvio, mas na prática nao costumar ser. Acredite. Principalmente quando você esbarra em paradigmas pessoais a serem quebrados. Pois é, eu sei bem do que estou falando.

Você nao pode querer decidir o que vai fazer ou o que nao vai fazer daqui há 5 anos hoje, pois daqui há 5 anos seus valores provavelmente terao mudado, suas prioridades serao outras, seus “deadlines” serao outros, sua bagagem será completamente diferente do que é hoje. É por isso que existem as máximas que dizem: “Nunca diga nunca.” ou “Viva cada dia como se fosse único”. Todo mundo diz isso quando dá conselhos, mas raramente alguém segue isso na íntegra.

Nao é fácil entender e aceitar esse processo, pois é preciso ter paciência para decidir o que tem que ser decidido no tempo certo. Temos medo que o que parece ser o tempo certo, seja na verdade tarde demais. Atropelamos tudo por causa de ansiedade e falta de fé. É humano e você e eu nao somos os únicos que fazem isso. Nós somos responsáveis pela agenda da nossa vida e é nossa responsabilidade controlá-la e respeitar os prazos de realizacao. Somos nós os gerentes da nossa vida e morrer nada mais é do que ser um gerente demitido ou, de forma otimista, um gerente sendo promovido para os projetos celestiais. (((-: É preciso saber esperar, é preciso saber sentir respostas, sabendo que nao necessariamente virao como respostas. Sim, existem muitas respostas que vem inclusive na forma de perguntas e outras nao precisam de nada mais do que um sorriso pra transmití-las.

Decidi levar essa tarefa a sério: administrar minha vida como sendo algo completamente mutável (na verdade sempre foi…hahaha) e influenciável por fatores/meio externos. Decidi viver hoje. Decidi planejar, mas desisti de fixar planos e ideias. Decidi ser mais flexível com meu futuro (mas atencao nao deixei de ter sempre metas!) e confiar mais na minha intuicao. Decidi aceitar que a Maira que existia antes, ainda existe, mas mudou muito. Essa talvez seja a parte mais difícil, pois muito do que a Maira de 2007 defendeu nesse blog, a Maira de 2009 discorda (talvez eu deva alertar sobre isso nos posts revoltados de 2007…hahaha). Bom, quem conhece a essência imutável da Maira, sabe que pra assumir isso ela precisa pisotear seu orgulho extremo. Mas, a partir do momento que sua vida está nas suas maos e que você definitivamente assume isso, orgulho excessivo torna-se desnecessário e incompatível com qualquer forma de evolucao do ser humano nesse contexto. Também aprendi isso desde que cheguei aqui. (((-:

Comecei a viver dessa forma há algum tempo e desde entao muita coisa boa aconteceu na minha vida. De repente comecei a conhecer “casualmente” pessoas maravilhosas, vívidas, livres, maduras, criativas, autênticas, corajosas, alegres, amigas. Simplesmente mágico! Comecei a ter perto mim aqui na Alemanha, pessoas que sao exatamente como eu gostaria que pessoas ao meu lado fossem e, pra isso, eu só precisei decidir aceitar que a vida pode me levar para o lugar certo, sem eu precisar puxar o volante pra onde eu quero ir. Quando cheguei aqui parecia aquelas situacoes onde você está dirigindo e de repente vê uma velhinha atravessando na frente do carro, ai você (por causa do pânico) solta o volante e poe as maos na cabeca demonstrando desespero (nao, você nao acelera pra cima da velhinha…hahaha). Soltando o volante por causa do pânico, você segue com o carro desgovernado. Perde totalmente o controle do carro  (aqui sua vida). Quando o susto maior passa/choque, você agarra no volante com toda sua forca, como que dizendo: “Agora você está sob o meu controle.” Com o tempo, conforme você vai esquecendo aquele trauma, você comeca a pegar mais leve no volante, confiando mais no carro e torcendo pra que nenhuma velhinha desgovernada apareca na sua frente de novo. (((-: É isso, cheguei em uma fase do processo “viver longe de casa e sem trabalho” onde decidi segurar leve no volante de novo, pra dar chance à vida de me levar para um lugar melhor, pois eu só posso me direcionar para àquilo que eu já conheco ou já ouvi falar, mas a vida… ah a vida… ela sim pode nos levar para onde está nossos sonhos e realizacoes.

Entao deixe a vida te levar e concentre-se apenas em sentir a vida, pois ela é curta, porém pode ser intensa. Depende de nós e de mais ninguém (mas cuidado com as velhinhas no meio da rua.. (((-: ).

FESTA – 2 Anos de Alemanha!

Dia 26 de marco completaram 2 anos que estou morando em Estugarda (Stuttgart) na Alemanha. Pra vocês verem como minha vida aqui melhorou é só prestar atencao que eu só fui lembrar disso hoje. (((-:

Pra quem quer seguir a evolucao da “coisa”, leia primeiro meu post sobre o primeiro mês e o sobre o primeiro ano. Já leu? Entao siga em frente. Vamos lá.

Depois de 2 anos por aqui e dois invernos alemaes eu posso dizer: eu sou mais uma sobrevivente! hahaha

Apanhei muito por aqui, mas também conquistei muitas coisas e coisas preciosas como maturidade e conhecimento. Nunca foi fácil, mas pelo menos nunca foi monótono. Cada dia uma descoberta sobre o que está a minha volta e, principalmente, sobre o que está dentro de mim.

Mudar de país é muito mais do que atravessar fronteiras geográficas ou culturais. E mudar do Brasil para a Alemanha é um desafio que exige muito de quem toma essa decisao, pois a língua é difícil e muito diferente e a cultura é quase, pode-se dizer, avessa à nossa.

Quando cheguei só via pontos negativos e ainda vejo muitos, mas hoje o que mudou foi a forma como interpreto o que vejo. Hoje tenho consciência de que nao existe melhor ou pior, mas sim diferente. Nós temos a mania de sempre classificar algo como certo ou errado ou como melhor ou pior e, na verdade, morando fora do seu país você descobre explicitamente e continuamente que é errado fazer esse tipo de classificacao. Por que? Porque o certo, o errado, o melhor e o pior dependem de pontos de referência e o meu é bem diferente do de muitas pessoas e vice-versa. Mas, desculpem, eu continuo fazendo essas afirmacoes sem pensar, mesmo sabendo que nao há sentido em fazê-las. (((-:

Por exemplo, conheci aqui na Alemanha muitos brasileiros que AMAM a Alemanha e outros que depois que vieram pra cá AMAM muito mais o Brasil. Eu faco parte do segundo grupo, mas HOJE aprendi a respeitar o primeiro grupo, pois entendi que nossos valores do que é melhor ou pior sao diferentes. A maioria dos que querem ficar aqui é por causa da seguranca, mas pra mim seguranca nao é o mais importante na vida, mas sim as pessoas e as pessoas que eu mais amo estao no Brasil e é por isso que quero voltar. O que mais amo é a alegria do nosso povo e essa eu ainda nao encontrei de verdade aqui. No Brasil parece que até o ar é mais feliz. (((-: Pra mim.

Vim pra cá numa situacao privilegiada, mas difícil apesar dos privilégios. Adquiri durante esses dois anos muitos problemas com minha auto-estima, mas resolvi outros também. Me tornei mais dura, mas sem perder a ternura e a alegria. Desisti ou estou desistindo de insistir em ser aceita ou de ser querida, pois aqui sinto que as pessoas nao tem essa necessidade e consequentemente elas subentenden que ninguém tem, ou seja, ninguém vai alimentar ou suprir suas carências. Você tem que ser tornar autosuficiente (ou pelo menos agir como). Além disso, estou tendo que lidar com uma situacao nova agora na Uni, pois por causa da dificuldade com a língua, me sinto muitas vezes burra. Sei que isso nao é verdade, mas é difícil lembrar do que é verdade quando você vive isso. Esse sentimento é novo, mas nao forte suficiente pra me derrubar, acreditem. Esse é mais um dos desafios e é mais um que eu estou vencendo dia após dia. Nao é fácil, mas também nao é impossível e é por isso que eu vou conseguir.

Fiz muitos amigos, mas a maioria estrangeiros. Também tenho alguns colegas alemaes que eu simplesmente amo, mas nao me sinto tao bem com eles quanto me sinto com os outros estrangeiros. Talvez porque os estrangeiros e eu somos de um mesmo grupo dentro da Alemanha e nos entendemos bem, o que possibilita que nós nos ajudemos mutuamente a superar todas as dificuldades que estrangeiros enfrentam em um país novo. Nao me obrigo a fazer amizade com alemaes, eu simplesmente estou receptiva a isto, mas nao imploro pra ser amiga deles, pois isso nao me faria bem. Sei que por causa da língua seria ótimo, mas nao quero ter pagar com minha auto-estima esse preco. Se quiserem ser meus amigos, que venham. Agora na Uni comecaram a surgir alguns, mas a comunicacao ainda é difícil e sinto que eles cansam de ter que conversar comigo, pois peco pra repetirem várias vezes e acho que isso trava a conversa. Entendo eles, mas essas situacoes me fazem mal. Enfim.

Medo de entrar em depressao foi sempre constante na minha cabeca desde que cheguei aqui. Ela chegou a bater na porta, mas EU nunca permiti que ela se alojasse na minha mente ou na minha vida. Sempre que ela chegava perto, eu dava mais alguns passos e afastava ela de mim utilizando apenas meu livre-arbítrio, ou seja, minha vontade de vencer é o que afasta a depressao de mim. Ela, assim como meus medos, me move pra frente. Cheguei com um propósito e vim decidida a alcancá-lo. Criei metas todos os dias desde que cheguei e continuo criando. Mudei muitas, mas nao deixei de ter uma e é isso que me ajudou a seguir em frente.

Olhando pra trás me vejo tropecando, chorando, perdida e com medo. Olhando hoje vejo muitas conquistas e uma mulher muito melhor do que aquela que aqui chegou. Continuo com medos, continuo tropecando, chorando, mas pelo menos agora eu tenho onde me agarrar, ou seja, eu tenho esse sentimento de superacao. Superei muitas dificuldades e ultrapassei muitas barreiras pra ter alcancado tudo que alcancei até hoje aqui e esse sentimento é um dos melhores que já senti. E quando tudo parece desabar eu me agarro no que eu construi e sigo em frente com a certeza de que minha obra ainda nao acabou e que há muito pra ser feito e que só EU posso fazer. Olhando para o futuro me vejo com um sentimento imenso e indiscretível de auto-realizacao e de superacao. Vejo uma mulher que se permitiu viver e sofrer e que nao se permitiu jamais parar, desistir ou se subestimar. Vejo uma mulher segura de si e certa de sua capacidade, uma mulher que se conhece melhor do que ninguém. Uma mulher que abriu mao de muita coisa por amor, mas que justamente por isso nunca esteve sozinha nas suas conquistas, ou seja, seu amor sempre esteve junto dessa mulher e foi ele quem a impulsionou. Sim. Estou falando do meu marido. (((-:

Agora depois dessa auto-biografia direta e resumida, segue uma listinha do que eu gosto e do que eu nao gosto na Alemanha após dois anos vivendo aqui:

1) Transporte público: tirando o fato de ficar presa dentro do ônibus entalado na rua e de ser ignorada na porta, eu AMO o transporte público alemao. Normalmente aqui em Estugarda tudo é muito pontual, o que te possibilita realmente planejar algo antes de sair de casa online. Além disso, dificilmente há problemas com ônibus quebrado ou coisa assim e sao sempre muito limpos. Só há uma coisa ruim nos transportes públicos aqui: os alemaes que nao trocam de roupa durante um mês e fedem que nem gambá. Isso me tira o prazer de andar de ônibus aqui. Afff…

2) Comida: aqui o forte é carne de porco e batata e variacoes dentro disso e eu, sinceramente, nao gosto. Salsicha é outra mania nacional que também nao me agrada muito. Ah! Mas tem duas coisas na culinária alema que eu amo: tortas (Apfelstrudel…hummm) e saladas. Tem cada salada dos deuses!!!

3) Pontualidade: AMO! Aqui isso realmente funciona e é uma das coisas que vao me dar gastrite no Brasil. Já tô preparada. Sério! Eu nunca fui muito pontual no Brasil, mas hoje vivendo nesse sistema pontual, percebo o quanto é falta de respeito você atrasar mais de 10 minutos sem um motivo muito bem fundamentado. Hoje em dia eu sou super pontual, mas sei que no Brasil e, principalmente, em cidades grandes essa pontualidade é mais difícil, afinal no caminho para um compromisso tudo pode acontecer (enchente, transito, acidente e etc). Já aqui com uma populacao bem menor e bem menos problemas gerados pelo caos das grandes cidades fica mais difícil manter esse sistema de pontualidade. É… coisa pra se pensar.

4) Objetividade: AMO! Aqui estou aprendendo (aleluia!) a ser direta e reta. O alemao é um cara, normalmente, que nao fica dando voltas pra dar o recado. Ele dá e pronto. Eu amo isso! No Brasil é uma embassacao só pra alguém te pedir algo, pra se chegar a uma conclusao em uma reuniao na empresa e etc. Eu sempre odiei isso na nossa cultura. É, vou sofrer pra me readaptar com isso também.

5) Perfeicao: AMO! O alemao, em geral, procura fazer tudo o mais próximo da perfeicao possível. Por exemplo, eles demoram pra subir um prédio, mas quando terminam vai demorar anos pra ter algum problema na estrutura ou coisa assim, pois fazem tudo muito bem planejado e dentro de trilhoes de normas padronizadas e oficiais.

6) Planejamento: gosto médio. Acho legal a gente sempre estabelecer planos e nos organizar para seguí-los, mas acho que a alemaozada exagera. Me parece que eles nao funcionam sem planejar as coisas muito antes delas acontecerem. É meio inflexível e as coisas acabam acontecendo sem muita espontaneidade. Aqui nao é muito normal te dar na louca de passar na casa de alguém sem avisar, ou seja, o normal é uma semana antes já planejar. Eu acho que isso trava um pouco as coisas, mas é pessoal. Eu prefiro reservar um espaco para os “improvisos” ou para as “surpresas”. E o pior é que você acaba entrando no sistema e ai quando eu voltar pro Brasil vai ficar todo mundo me chamando de alema, só por que eu marco festas pra daqui um mês, um mês antes. (((-:

7) Humor: ria se puder. O humor deles é bem diferente do nosso e, na maioria das vezes, eu nao acho a menor graca. Antes eu achava que era porque eu nao entendia o alemao, mas agora eu entendo o que disseram, mas mesmo assim continuo achando sem graca. E quando eu conto alguma coisa engracada, dependendo, eles também nao acham a menor graca, ou seja, cultura é cultura.

8) Frieza: sim, eu acho a maioria dos alemaes gélidos quando comparo com os brasucas em geral. A comecar por essa mania de dar a mao. Eu odeio isso! Nunca me esqueco no meu curso de alemao o dia que abracei minha professora. A mulher ficou roxa de vergonha ou sei lá o que. Depois minhas colegas me disseram que aqui eles nao tem o costume de abracar quem eles nao conhecem muito bem e eu nao quis nem saber, continuo abracando quem me dá vontade até hoje e até agora tem funcionado bem. É lógico que tem algumas áreas específicas onde eles sao mais carinhosos e tal, afinal é trabalho deles darem conforto e atencao, mas no geral nao espere muito carinho nao. Existem sim alemaes mais “latinizados”, mas dá pra contar nos dedos. (((-:

9) Arrogância: eu acho muitos alemaes e europeus em geral muito arrogantes, mas isso parece que é cultural e eu decidi simplesmente ignorar esse fato. Acho que eles cresceram ouvindo que sao os melhores do mundo e ainda acreditam nisso, mesmo vendo a China passar eles no ranking de maiores economias mundiais. Na minha aula no MBA o prof. NUNCA cita a China, adivinha por que? (((-:

10) Estacoes do ano: tem seu lado legal e seu lado infernal. O lado legal é que sao estacoes muito bem definidas, onde é possível (diferentemente do Brasil) observar claramente os ciclos existentes: folhas nascem, crescem, comecam a ficar amarelas e caem. É lindo ver essas transformacoes. Maaaaaaaaaaaassss tem um lado terrível que é a curta duracao de períodos quentes e agradáveis, ou seja, a maior parte do ano passamos frio e temos menos luz durante o dia. Mais um motivo pra levar qualquer um entrar em depressao.

11) Enfeites nas casas: eu acho lindooooo!!!! Aqui é super comum que as casas sejam enfeitadas para diferentes datas festivas. Eu acho o máximo, pois adoro enfeitar as coisas. Mas tuuuudo nessa vida tem um motivo. Segundo minha colega indiana, os alemaes enfeitam as casas porque afinal de contas é onde eles passam a maior parte do tempo devido ao tempo feio: dentro de casa. Que isso faz sentido, faz mesmo. (((-:

12) Língua alema: quando eu cheguei eu odiava a língua alema com todas as minhas forcas, mas agora eu até gosto um bucadinho. Sério! Acho que conforme você vai aprendendo mais, a língua vai se tornando menos “estranha” e mais sonora. Além disso, a língua alema tem palavras super poéticas que eu amo. Por exemplo casamento é “Hochzeit”, que traduzindo ao pé da letra quer dizer “Tempos altos”. Nao é lindo? Hoje acho a língua mais bonita, mas continua sendo difícil e acho que isso eu nunca vou deixar de achar.

13) Aquecimento nas lojas: odeio! Na época de inverno ou de frio aqui (quase o ano todo…hahaha) é infernal entrar nas lojas pra fazer compras. Literalmente, pois você geralmente está todo encapotado de roupas e de repente entra num ambiente a sei lá… 40 graus e tem que sair tirando tudo desesperadamente. É horrível e exagerado.

14) Consciência ecológica: esse ponto até hoje eu ainda nao sei se eu gosto ou nao aqui na Alemanha, viu. A Alemanha é mundialmente famosa por suas acoes pró-ecologia, mas ao mesmo tempo vejo coisas aqui que vao contra essa “imagem”. E agora pra piorar meu professor do MBA (um alemao) disse que essa imagem é realmente falsa e que apenas 20% dos alemaes aprovam a coleta seletiva por exemplo. Pois é. E ainda já ouvi dizer por ai que eles nos obrigam a separar o lixo em casa (e pagamos pela coleta seletiva), mas no final tudo é despejado em um único lixao e lá tudo se mistura de novo.  Nao sei. Talvez daqui a dois anos eu crie uma opiniao final a esse respeito.

15) Autobahn: ÓTIMO! Eu nao dirijo aqui, pois pra isso teria que gastar uma granona e nao acho que vale a pena, considerando que só vou ficar por aqui mais um ano e meio, mas eu AMO a Autobahn. Além de você poder pisar no acelerador sem dó em muitos trechos, você chega super rápido e confortavelmente nos destinos. Pro carro entao é ótimo, pois é um verdadeiro tapete e você praticamente nao sente nenhuma trepidacao. Um sonho!

16) TV: gosto e nao gosto. Tem programas ótimos, principalmente os documentários que sao riquissímos. Mas tem programas que sao realmente estúpidos, feitos pra gente idiota mesmoooooooo! Eu nunca imaginei que iria ver programas tao imbecis na Alemanha, mas vivendo aqui você descobre que gente com mente vazia existe em qualquer lugar, logo existem sempre programas de TV pra esse nicho de mercado.

17) Regras: gosto e nao gosto. Eu acho sim que devemos ter que regras e que essas devem ser seguidas, mas acho que aqui tem regra demais e pra coisas que elas nao deveriam ser necessárias. Elas ingessam o sistema e nao acho isso saudável. No Brasil eu sei, já é o contrário, ou seja, elas existem, mas poucos cumprem e isso também nao é o ideal. Mas como nasci e cresci lá ainda prefiro assim. Acho que é por isso que somos tao criativos e flexíveis. (((-:

Bom, se eu for lembrando de mais alguma coisa eu vou adicionando com o tempo, mas agora é tudo que me vem à cabeca.

É isso. Sao dois anos de muitas emocoes e muitas experiências difíceis e outras muitas felizes. Sao dois anos que mais parecem 10, quando penso em tudo que vivi, em todas as pessoas que conheci, em todas as culturas com as quais tive contato e em todas as conquistas que alcancei. Parece pouco tempo, mas nao é pouco tempo pra quem o aproveitou ao máximo como eu. Se me perguntarem hoje se eu mesmo depois de tudo que passei aqui, se eu teria feito outra escolha eu respondo: NAO! Gracas a Deus eu escolhi vir pra cá é gracas à Ele que eu vou poder voltar pra casa com sentimento de dever cumprido e sempre que eu peso os prós e os contras eu encontro um saldo nao só positivo, como também lucrativo.

Nao vim para ficar, vim para crescer e depois voltar. Foi assim que planejei e é isso que vou fazer.