VIVER NA ALEMANHA – Café “Mamãe & Papai & Bebê”

Esse post poderia ser sobre vários assuntos como, por ex.: cafeterias em Stuttgart com infra-estrutura para atender maes com criancas de colo, número de bebês estrangeiros na Alemanha, número de bebês do sexo feminino nos últimos anos (todas sao meninas na foto acima), tolerância e flexibilidade dos brasileiros, etc. Por isso decidi colocar um título onde eu possa escrever sobre tudo isso. (((-:

Organizei solidariamente e com muita alegria um encontro entre algumas amigas que tiveram bebê à pouco tempo (e tinha até uma vovó na turma), pois todas sao brasileiras e algumas nao se conheciam, enquanto outras só se viram uma vez aqui em casa e depois perderam o contato. Foi, pra mim, um evento muito especial, pois todas sao muito especiais e as conheci antes de serem maes. É mágico vê-las tao transformadas em tao pouco tempo, é delicioso vê-las tao maduras e competentes em algo que elas nunca viveram. Mas nesse mundo ninguém mais acredita em boas intencos, pois estando ali, percebi que alguns talvez chegaram a pensar que propus esse encontro para fazer uma graaaande revelacao, mas se enganaram bobinhos. (((-:  – Amigas/colegas que nao foram convidadas, nao fiquem chateadas, facam filhos ou organizem o próximo encontro e ai estao dentro. Viu como é fácil? (((-:

Decidimos tomar um café da manha (Frühstück) juntos em uma cafeteria em Stuttgart e é ai que comecou a parte emocionante da bagacinha. A princípio tínhamos combinado de ir só a mulherada e os bebês, mas depois algumas disseram que era melhor levar os maridos pra tomar conta das bebês. Vocês acreditam que isso aconteceu? Naaada. (((-: Enfim, no fim fomos todos (inclusive o Rô, que fugiu da foto pra nao se comprometer…hahaha), mas faltou um casal com uma menina linda que estava doentinha.

Sabe quando uma cafeteria aqui em Stuttgart deve ter recebido 11 adultos, 4 bebês e, nao podemos esquecer do principal, 4 carrinhos de bebês de uma só vez? Acredito que NUNCA. Sério! Procurei incansavelmente na internet cafés com infra-estrutura para isso (“Café mit Kinderbetreuung” ou “Kinderfreundliche Cafés”) e, no fim, decidi tentar a sorte mesmo em alguns que foram classificados como bons pelos internautas. Até encontrei um site com várias dicas nesse sentido, mas pela internet nao consegui muitas infos sobre tais cafés, entao achei melhor nao arriscar.

Decidimos ir no “Academie der schönsten Künste“, um café realmente muito agradável, com uma decoracao repleta de arte e dizem que o café da manha lá é divino. Eu já tinha ido lá uma vez com meu primeiro grupo no curso de alemao, mas nao lembrava (básico). Liguei lá e perguntei se precisava fazer reserva, eles disseram que nao. Disse que eram muitas pessoas, disseram que nao precisava reservar mesmo. Disse que iriam algumas criancas de colo e perguntei se eles tinham cadeira e trocador, disseram que tinham tudo e que nao precisava mais me preocupar. Depois disso me deixaram falando com o “tun-tun”, ou seja, desligaram de uma forma bem alema na minha cara. Esse era o sinal que eu, dessa vez, nao peguei. (((-: Eu e o Rô chegamos mais cedo pra garantir os lugares pra cambada, mas chegando lá o atendente quase surtou quando eu disse os números. Primeiro ele disse que eles nao tinham espaco pra tanta gente, só tinham uma cadeira pra bebê e nao tinham espaco pra colocar os carrinhos. Insisti, ele liberou, mas disse que se meus amigos demorassem muito pra chegar eu nao poderia segurar os lugares. Pois é, ele nao sabia que eram todos brasileiros, senao aposto que ele nem tinha me dado a chance de esperar. (((-: Esperamos até 10 minutos depois do combinado e decidimos pensar em um plano B. Tá, eu decidi buscar outra café e o Rô decidiu ficar bravo até o fim do dia. (((-:

Sai ligando pro povo que ainda estava a caminho (brasileiro é brasileiro em qualquer lugar, ou seja, nossos segundos no relógio sempre sao mais lentos que os dos alemaes…hahaha). Eu tinha pensado no restaurante que eu mais AMO em Stuttgart, o “Pilum“, pois sei que lá eles servem café e brunch. Sem sucesso, pois no sábado eles só abrem a partir das 17 horas e é no domingo o melhor dia para ir lá tomar um café da manha ou faturar um brunch. “Pech gehabt!” (Azar o nosso!). Uma das meninas propôs o “Wiener`s Kaffeebar” , mas azar de novo, nao tinha mais lugar livre, ou seja, lá precisávamos ter reservado. Logo depois ela me liga e diz que no “Alte Kanzlei” tinha lugar suficiente pra tudo e pra todos. Mas logo em seguida me liga outra e diz que já está no “Grand Café Planie” e que já dominou váááárias mesas pra gente. Detalhe que esse Café é o café onde eu já fui mais de 30 vezes, pois fica colado na escola onde estudei alemao, mas nem tinha pensado nele. (((-:

Plano B efetuado com sucesso! Fomos todos para o novo lugar de encontro e foi simplesmente fantástico, MAS o Café, apesar de realmente ser bem espacoso, nao tinha cadeira para bebê (Kinderstuhl), nao tinha trocador de fraldas (como fala isso em alemao?) e também nao tinha espaco para colocar os carrinhos de bebê (Kinderwagen). No fim, como bons brasileiros que somos, demos um jeitinho e nenhum dos imprevistos se tornaram grandes problemas. Por isso, entre outras coisas, que amo ser brasileira! Tá bom, acho que somos tolerantes até demais, mas prefiro mil vezes ser assim do que ser como os alemaes, ou seja, tolerância e inflexibilidade normalmente tendendo a zero.

Lógico que causamos no lugar, afinal aquela cena por aqui nao é nada comum e brasileiros sao para os padroes alemaes MUITO barulhentos. E, pra piorar, ainda tinha um italiano e um alemao bagunceiro entre nós. Já viu a farra, né? Ficamos sendo o centro das atencoes, principalmente dos garcons que tinham que tomar cuidado pra nao tropecar nos carrinhos ou até mesmo nos brasileiros (tipo eu) que nao param quietos em um só lugar. Tinha horas que eu observava eles tontinhos, principalmente na hora dos pedidos. Sinto que se chegarmos lá de novo, eles vao dizer que todas as mesas já estao reservadas. (((-:

Mas e você: conhece algum Café com infra-estrutura para criancas de colo & cia? Se conhecer algum nao deixe de dizer pra gente, afinal maes nessa situacao sao tolerantes, mas merecem ter um lugar ao Sol também, né!? Morar em país com baixa taxa de natalidade é isso, ou seja, a infra-estrutura voltada para maes com bebês de colo é muito limitada e quando se chega nos lugares sente-se até mesmo discriminada. Sério! Se a crianca chora, perturba a paz local, afinal como aqui nao tem muita crianca, nao tem muita choradeira em lugares públicos também. Se a crianca caga (ah defecar é verbo de fresco e já passamos da fase de “fazer caca”, né!? hahaha), muitas vezes a mae tem que limpar no carrinho mesmo, pois nao é tao trivial achar trocadores nos estabelecimentos tipo restaurantes. Se você entra nos lugares com o carrinho, você sente sempre que está atrapalhando (e está…hahaha). Agora junta tudo isso com o fato de você ter muitas amigas na mesma situacao que você? Isso é uma “Katastrophe” aqui na Alemanha! Ninguém tem tantos filhos e muito menos tantos amigos assim por aqui. (((-:

Bom, nem preciso dizer que depois desse evento tive mais uma idéia de empreendimento, né!? (((-:

Depois de falar tanto em café, tenho que ir ali tomar um, afinal sou uma viciada. Mas antes de ir, quero saber: alguma sugestao de cafeteria amiga da criancada em Stuttgart e arredores? Diga pra gente!

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E no Brasil? Se fosse no Brasil com certeza eu nao ia fazer esse evento em uma cafeteria (afinal nem temos essa cultura – no Brasil o melhor café é aquele coado na hora em casa). Com certeza ia rolar é um belo e suculento rodízio em uma beeeeela e espacosa churrascaria. (((-:

FESTA – Brasileirada e simpatizantes na bagunça!

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Lembra o que eu disse sobre minhas táticas “anti-saudosistas” no post sobre saudades? Pois é, uma das melhores táticas é festejar e chamar toda brasileirada e foi isso que fizemos aqui em casa neste sábado! O Rô preparou (com minha ajuda e da Lá pra cortar e “amassagar” os “trens”) caldo de feijão e de mandioca beeeem mineiros e DELICIOSOS pra galera. Aliás, não sei porque, mas foi a PRIMEIRA vez na minha vida que descasquei uma mandioca e putz grila, como é difícil descascar a danada. É sério! E pior, essa era africana! (((((((((-: Nada de pensar sacanagem, hein seus depravados(as)? Mas enfim, além dos caldos, tivemos (é lógico) muuuuuita caipirinha que o Sudas providenciou. Tá, na verdade ele e a Lá chegaram cedo e tiveram que entrar na dança. Tadinhos, eles não sabiam que os pontuais eram punidos aqui em casa. (((-:

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Nessa festa tivemos a oportunidade de juntar quase todos brasileiros com quem mais temos contato aqui na Alemanha e também um italiano e um alemão já beeem “abrasileirados”, mas ainda faltaram dois casais MUITO queridos e, só por isso, não posso dizer que foi perfeito. Pois é, sou uma eterna insatisfeita. (((-: Mas é que eu queria taaaaaaaaaaanto que todos tivessem vindo. Seria praticamente um recorde de felicidade! Mas NAO VOU DESISTIR! Ainda vamos reunir TODOS, inclusive os novos babys que estão chegando por ai! (((-:

Mas foi muito gostoso não ter que pensar em qual língua que era pra falar ou por não ter que ficar dando nós nos nossos limitados neurônios procurando palavras em alemão ou tentendo não esquecer de por o verbo no final de frases longas que pedem o verbo no final. Falamos MUITO, falamos TUDO e rimos atééééé! MARAVILHOSO! (((-:

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Aliás, nessa foto acima a Sandra se matou de rir e pediu para eu contar a história da noite: “O tatu no buraco”. Tudo começou com a explicação que o Rodrigo deu, a princípio somente para os homens, sobre como o povo do interior de Minas Gerais faz pra tirar um tatu do buraco. Não sabem? Pois é, segundo o mineiro o tatu fica entalado no buraco quando alguém tenta puxar ele pelo rabo (tipo uma reação de proteção do corpo) e ai só tem um jeito de tirar o bichinho de lá: enfiar o dedo no “butão” dele!!!!! ((((((-: Teve até encenação da situação, mas pra sorte do Sudas essa foi apenas “demonstrativa”. ((((-:

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E depois, pra alongar mais ainda a “prosa”, o único alemão da noite (que aliás, fala muito bem português) não sabia o que era um tatu e ai foi o povo tentar “didaticamente” explicar. Eu sei que no final da explicação ele definiu o bichinho assim: “Ahhhh, então o tatu é como se fosse uma mistura de uma tartaruga com uma girafa?” (((((-: Pois é, a explicação verbal foi insuficiente e perturbadora, então decidimos mostrar pra ele utilizando a “santa” internet. Ufa… (((((-:

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Além da palhaçada típica que faz a gente morrer de tanto rir, foi um momento delicioso para trocar experiências e novidades maravilhosas sobre conquistas individuais super importantes. Até mais uma grávida apareceu na parada! Pois é, nem fiquei muito perto dessas gravidinhas. Vai que “isso” pega! (((-: Pra nao perder a oportunidade, tiramos uma foto das 3 gravidinhas do momento e das saradinhas (tá, nem tanto) do momento. (((-:

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Aliás, acredito que para a próxima festinha aqui em casa a gente vai ter que providenciar um fraldário. (((-: Ah! E falando em grávidas, o Hugo e a Lê trouxeram uma novidade incrível: pró-seco para crianças/adolescentes sem álcool! Mas é lógico que eles trouxeram para as grávidas e a Mônica, grávida de 8 meses, se esbaldou! Fantástico! (((-:

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A única coisa que eu fiquei médio chateadinha é que acabamos sendo obrigados, por causa de espaço, a separar o grupo todo em dois grupos típicos de festa junina: homens e mulheres. A grande novidade é que os homens ficaram na cozinha (perto da comida e da cerveja) e as mulheres na sala (onde tinha sofá fofinho para as grávidas se aboletarem).

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Acho bom deixar um pouco separado, afinal tem conversas de homem que mulher nenhuma entende (e nem quer entender) e tem conversa de mulher que é um saco para os homens e vital para essas. Mas acho que só um pouquinho de tempo separados já é o suficiente, pois eu AMO quando junta todo mundo e todos conseguem conversar juntos sobre um mesmo assunto (ou sobre vários assuntos ao mesmo tempo…hahaha), seja ele retardado ou interessante ou, até mesmo, seja ele não passível de ser considerado de verdade um assunto. (((-:

Mas essa situação inédita aqui em casa trouxe algo inesperado e MUITO fofo: todos os homens trouxeram caldo para as mulheres, sem a gente ter que pedir e nem pediram nada em troca (por enquanto)! Não são fofos esses “machos”?!?!?! ((((-:

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Outra coisa muuuuuuuuuuuuito bacana que aconteceu também foi o encontro entre eu e 3 mulheres maravilhosas que conheci através da internet e uma que conheci de tabela, que é amiga de uma das minhas ex-amigas virtuais. Agora elas todas são reais! E, pasmen cada uma é de um estado do Brasil: SP, MG, RS e RJ! A Sandra (blusa vermelha) veio láááá de longe e “puxou uma palha” aqui em casa mesmo. Eita mineirinha guerreira! Tô amando conhecer o Brasil morando na Alemanha. (((-:

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E, pra fechar com chave de ouro: UM BRINDE AOS BRASILEIROS E SIMPATIZANTES DO BRASIL DO MUNDO TODO, UM BRINDE ÀS NOSSAS CONQUISTAS COMO EXPATRIADOS e UM BRINDE AOS NOVOS E VELHOS AMIGOS!

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É isso! Nossa casa é a casa de vocês e com uma vantagem, não precisamos rachar as contas! ((((-: AMIGOS e AMIGAS sejam SEMPRE BEM-VINDOS!!!!! AMAMOOOOOOOOOOOOOOOSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!

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