FESTA – Carnaval Brasileiro na Alemanha 2010 (Stuttgart)

Pode até chover, pode até NEVAR, o que eu quero é pular carnaval brasileiro!!!! (((-:

Isso mesmo: carnaval BRASILEIRO na ALEMANHA!!!! Tá, tá… não é “O” carnaval brasileiro, mas que deu pra sentir um pouquinho do “espírito brasileiro carnavalesco”, ahhh deu!

Sim, é muito bom você aproveitar que está em outro país para vivenciar as diferenças culturais e blablabla, mas com carnaval não se brinca minha gente! Se eu não tivesse outra possibilidade, lógico que teria me enfiado em um dos carnavais tediosos (pra mim) da Alemanha, mas ai vem o “Carnaval dos Tigres” em Stuttgart e nos oferece um carnaval pra lá de brasileiro. Não há brasileiro apaixonado pelo nosso carnaval que resista! EU AMO CARNAVAL, mas TEM QUE SER  BRASILEIRO!!!!

A festa estava ÓTIMA, as cias estavam ÓTIMAS, as músicas estavam ÓTIMAS e as fantasias MARAVILHOSAS!!!! Eu fui fantasiada de Pippilotta Viktualia Rullgardina Krusmynta Efraimsdotter Långstrump, conhecida carinhosamente como Pippi Langstrump. Como assim nunca ouviu falar? Pra ser sincera eu vi essa personagem uma vez em um jornal, quando a atriz que representava ela faleceu (acho que no ano passado, sei lá). Essa é uma personagem criada pela escritora sueca de livros e histórias infantis super famosa Astrid Lindgren. A “Pippi” é sua personagem mais famosa e eu diria que a “Pippi” está para os europeus, assim como a “Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo” está para os brasileiros. Aliás, acho que tenho uma certa tendência a escolher fantasias de meninas sapecas. (((-:

Vi uma amiga de uma amiga fantasiada assim e achei fofo, mas de fácil não tem nada, principalmente a parte das tranças. Ahhh se não fosse meu engenheiro mecânico mineiro cruzeirense predileto! (((-:

Sei que minhas tranças fizeram sucesso e deixaram muita gente curiosa e quase furaram outras. (((-: Sério! A fantasia ficou fofa, mas me arrependi um pouquinho, pois tinha que tomar muito cuidado pra não acertar o olho do povo com minhas trancas, além do que eu mesma não podia pular muito e etc, o que é difíííícil se tratando de Maira. (((-:

Uma fantasia da noite não pode deixar de ser citada: a da “Nega Maluca”. Foi minha primeira opção, mas ai vi a da “Pippi” e resolvi escolher essa. Ai quando conversei com uma amiga que ia com a gente, ela disse que não tinha a menor idéia de como se fantasiar e ai sugeri a “Nega Maluca”. Ela, como é francesa, não tinha a menor noção do que era isso, ai mandei várias fotos pra ela e “tcharan”! Cara, era a melhor da festa! AMEI!!!! ((((-:

Outro fato incrível desta festa foi um reencontro que mostra como a vida é louca. Um dia antes da festa, um amigo meu da faculdade me chama no MSN depois de muuuuuito tempo sumido. Acho que no ano retrasado nos encontramos em Munique e passeamos eu, ele e o Rô um dia juntos lá batendo perna, pois ele mora lá já faz uns 5 anos. Pois bem, o sujeito que era um dos mais CDF´s da turma decidiu largar um emprego ótimo na empresa Henkel para vir para a Alemanha viver de música. E não é que ele me chamou no MSN pra me dizer que viria pra Stuttgart tocar no tal carnaval brasileiro? Ele no final da conversa pelo MSN: “Má olha que doido, nós dois formados em Enga Química em SP, vamos nos encontrar em um carnaval brasileiro em Stuttgart, onde eu (ex-Engenheiro e roqueiro) vou tocar música axé!”. Pois é, e eu somo à isso o fato de que eu (ex-Engenheira) virei marqueteira. (((-:

Enfim, eu apoio o Thiaguinho desde o início, afinal ele sendo músico aumentam minhas chances de tirar foto com a banda e de conhecer a galera do meu meio, do meio artístico. (((-: AMEI TE ENCONTRAR PESTE! (((-:

Mas voltando pra festa, tenho que dizer que o show com as mulatas que tantos brasileiros dizem morrer de vergonha foi o melhor da noite! Cara, elas sao lindas e que corpo é aquele!?!?!??! Disse e repito: se eu tivesse aquele corpicho ia viver pelada também! Senti um orgulho tao grande de dizer que aquelas mulheres eram brasileirissímas. Uma simpatia absurda e emanando alegria. LINDOOOOO!!!! Mas tenho que admitir que segurar seus homens é uma atitude necessária. (((-:

O show de capoeira também foi lindo e o corpicho dos ómi também era um “Jesus me abana”, viu!? Ai… ai… (((-:

E, pra manter o nível alcoólico equilibrado fomos apresentados ao “gelinho de caipirinha”. Pois é, uma das nossas colegas que era francesa trouxe do Brasil um monte de  saquinhos desse tal “gelinho de caipirinha”. Não deu outra, todos nós enfiamos um monte nas bolsas e bolsos e mandamos ver. No fim virou atração na festa! (((-:

Pena que não encontramos todos que disseram que estariam lá e também todos àqueles que sei que gostariam de estar mas não podem ou nao puderam, mas tenho certeza que a diversão foi geral e que com grupo ou sozinho não faltou motivo pra sair de lá feliz, com frio e sambando na neve! ((((-:

 

VIVER NA ALEMANHA – Café “Mamãe & Papai & Bebê”

Esse post poderia ser sobre vários assuntos como, por ex.: cafeterias em Stuttgart com infra-estrutura para atender maes com criancas de colo, número de bebês estrangeiros na Alemanha, número de bebês do sexo feminino nos últimos anos (todas sao meninas na foto acima), tolerância e flexibilidade dos brasileiros, etc. Por isso decidi colocar um título onde eu possa escrever sobre tudo isso. (((-:

Organizei solidariamente e com muita alegria um encontro entre algumas amigas que tiveram bebê à pouco tempo (e tinha até uma vovó na turma), pois todas sao brasileiras e algumas nao se conheciam, enquanto outras só se viram uma vez aqui em casa e depois perderam o contato. Foi, pra mim, um evento muito especial, pois todas sao muito especiais e as conheci antes de serem maes. É mágico vê-las tao transformadas em tao pouco tempo, é delicioso vê-las tao maduras e competentes em algo que elas nunca viveram. Mas nesse mundo ninguém mais acredita em boas intencos, pois estando ali, percebi que alguns talvez chegaram a pensar que propus esse encontro para fazer uma graaaande revelacao, mas se enganaram bobinhos. (((-:  – Amigas/colegas que nao foram convidadas, nao fiquem chateadas, facam filhos ou organizem o próximo encontro e ai estao dentro. Viu como é fácil? (((-:

Decidimos tomar um café da manha (Frühstück) juntos em uma cafeteria em Stuttgart e é ai que comecou a parte emocionante da bagacinha. A princípio tínhamos combinado de ir só a mulherada e os bebês, mas depois algumas disseram que era melhor levar os maridos pra tomar conta das bebês. Vocês acreditam que isso aconteceu? Naaada. (((-: Enfim, no fim fomos todos (inclusive o Rô, que fugiu da foto pra nao se comprometer…hahaha), mas faltou um casal com uma menina linda que estava doentinha.

Sabe quando uma cafeteria aqui em Stuttgart deve ter recebido 11 adultos, 4 bebês e, nao podemos esquecer do principal, 4 carrinhos de bebês de uma só vez? Acredito que NUNCA. Sério! Procurei incansavelmente na internet cafés com infra-estrutura para isso (“Café mit Kinderbetreuung” ou “Kinderfreundliche Cafés”) e, no fim, decidi tentar a sorte mesmo em alguns que foram classificados como bons pelos internautas. Até encontrei um site com várias dicas nesse sentido, mas pela internet nao consegui muitas infos sobre tais cafés, entao achei melhor nao arriscar.

Decidimos ir no “Academie der schönsten Künste“, um café realmente muito agradável, com uma decoracao repleta de arte e dizem que o café da manha lá é divino. Eu já tinha ido lá uma vez com meu primeiro grupo no curso de alemao, mas nao lembrava (básico). Liguei lá e perguntei se precisava fazer reserva, eles disseram que nao. Disse que eram muitas pessoas, disseram que nao precisava reservar mesmo. Disse que iriam algumas criancas de colo e perguntei se eles tinham cadeira e trocador, disseram que tinham tudo e que nao precisava mais me preocupar. Depois disso me deixaram falando com o “tun-tun”, ou seja, desligaram de uma forma bem alema na minha cara. Esse era o sinal que eu, dessa vez, nao peguei. (((-: Eu e o Rô chegamos mais cedo pra garantir os lugares pra cambada, mas chegando lá o atendente quase surtou quando eu disse os números. Primeiro ele disse que eles nao tinham espaco pra tanta gente, só tinham uma cadeira pra bebê e nao tinham espaco pra colocar os carrinhos. Insisti, ele liberou, mas disse que se meus amigos demorassem muito pra chegar eu nao poderia segurar os lugares. Pois é, ele nao sabia que eram todos brasileiros, senao aposto que ele nem tinha me dado a chance de esperar. (((-: Esperamos até 10 minutos depois do combinado e decidimos pensar em um plano B. Tá, eu decidi buscar outra café e o Rô decidiu ficar bravo até o fim do dia. (((-:

Sai ligando pro povo que ainda estava a caminho (brasileiro é brasileiro em qualquer lugar, ou seja, nossos segundos no relógio sempre sao mais lentos que os dos alemaes…hahaha). Eu tinha pensado no restaurante que eu mais AMO em Stuttgart, o “Pilum“, pois sei que lá eles servem café e brunch. Sem sucesso, pois no sábado eles só abrem a partir das 17 horas e é no domingo o melhor dia para ir lá tomar um café da manha ou faturar um brunch. “Pech gehabt!” (Azar o nosso!). Uma das meninas propôs o “Wiener`s Kaffeebar” , mas azar de novo, nao tinha mais lugar livre, ou seja, lá precisávamos ter reservado. Logo depois ela me liga e diz que no “Alte Kanzlei” tinha lugar suficiente pra tudo e pra todos. Mas logo em seguida me liga outra e diz que já está no “Grand Café Planie” e que já dominou váááárias mesas pra gente. Detalhe que esse Café é o café onde eu já fui mais de 30 vezes, pois fica colado na escola onde estudei alemao, mas nem tinha pensado nele. (((-:

Plano B efetuado com sucesso! Fomos todos para o novo lugar de encontro e foi simplesmente fantástico, MAS o Café, apesar de realmente ser bem espacoso, nao tinha cadeira para bebê (Kinderstuhl), nao tinha trocador de fraldas (como fala isso em alemao?) e também nao tinha espaco para colocar os carrinhos de bebê (Kinderwagen). No fim, como bons brasileiros que somos, demos um jeitinho e nenhum dos imprevistos se tornaram grandes problemas. Por isso, entre outras coisas, que amo ser brasileira! Tá bom, acho que somos tolerantes até demais, mas prefiro mil vezes ser assim do que ser como os alemaes, ou seja, tolerância e inflexibilidade normalmente tendendo a zero.

Lógico que causamos no lugar, afinal aquela cena por aqui nao é nada comum e brasileiros sao para os padroes alemaes MUITO barulhentos. E, pra piorar, ainda tinha um italiano e um alemao bagunceiro entre nós. Já viu a farra, né? Ficamos sendo o centro das atencoes, principalmente dos garcons que tinham que tomar cuidado pra nao tropecar nos carrinhos ou até mesmo nos brasileiros (tipo eu) que nao param quietos em um só lugar. Tinha horas que eu observava eles tontinhos, principalmente na hora dos pedidos. Sinto que se chegarmos lá de novo, eles vao dizer que todas as mesas já estao reservadas. (((-:

Mas e você: conhece algum Café com infra-estrutura para criancas de colo & cia? Se conhecer algum nao deixe de dizer pra gente, afinal maes nessa situacao sao tolerantes, mas merecem ter um lugar ao Sol também, né!? Morar em país com baixa taxa de natalidade é isso, ou seja, a infra-estrutura voltada para maes com bebês de colo é muito limitada e quando se chega nos lugares sente-se até mesmo discriminada. Sério! Se a crianca chora, perturba a paz local, afinal como aqui nao tem muita crianca, nao tem muita choradeira em lugares públicos também. Se a crianca caga (ah defecar é verbo de fresco e já passamos da fase de “fazer caca”, né!? hahaha), muitas vezes a mae tem que limpar no carrinho mesmo, pois nao é tao trivial achar trocadores nos estabelecimentos tipo restaurantes. Se você entra nos lugares com o carrinho, você sente sempre que está atrapalhando (e está…hahaha). Agora junta tudo isso com o fato de você ter muitas amigas na mesma situacao que você? Isso é uma “Katastrophe” aqui na Alemanha! Ninguém tem tantos filhos e muito menos tantos amigos assim por aqui. (((-:

Bom, nem preciso dizer que depois desse evento tive mais uma idéia de empreendimento, né!? (((-:

Depois de falar tanto em café, tenho que ir ali tomar um, afinal sou uma viciada. Mas antes de ir, quero saber: alguma sugestao de cafeteria amiga da criancada em Stuttgart e arredores? Diga pra gente!

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E no Brasil? Se fosse no Brasil com certeza eu nao ia fazer esse evento em uma cafeteria (afinal nem temos essa cultura – no Brasil o melhor café é aquele coado na hora em casa). Com certeza ia rolar é um belo e suculento rodízio em uma beeeeela e espacosa churrascaria. (((-:

FESTA – Festival Brasileiro “Film erzält Musik” em Stuttgart 2009 (Alemanha)

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Como não poderia deixar de ser, eu e o Rô prestigiamos mais essa iniciativa do Círculo Cultural Brasileiro e.V. e, como também não poderia deixar de ser, foi mais um evento daqueles que se faz inesquecível pela forma tão peculiar que foi organizado: com paixao e competência.

Esse foi o primeiro Festival Brasileiro “Filme explica Música” apresentado em Stuttgart e Colônia (Alemanha), organizado pelo clube brasileiro Círculo Cultural Brasileiro e.V.. Um festival onde música e cinema se juntaram, trazendo assim um pouco mais sobre o Brasil para o exterior, trazendo uma das coisas que temos de melhor: a musicalidade brasileira, sua história e suas melodias.

Participei da emocionante abertura. Vocês precisavam ver a brasileiridade da Nancy (coordenadora do projeto) transbordando em palavras, que logo tiveram que vir em português, pois como ela mesma disse, às vezes tanto sentimento só pode ser devidamente expresso na nossa língua materna e eu entendo-a perfeitamente.

Nao tirei muitas fotos, porque nao dava tempo pra pensar nisso. Juro! Eu só queria viver todos os momentos ali de forma extrema e parar pra tirar foto nao era o mais importante, até porque tinha fotógrafo oficial do show pra todo lado e vi vários flashs na nossa direcao, entao é aguardar pra ver o que aparece na mídia. Pra dar uma canja, fiz uns filminhos estilo “Maira”, ou seja, pulando, dancando, rindo e perdendo o foco constantemente. (((-:

Chorei e ri com o filme “Os desafinados”. Assistir à um filme brasileiro, em português, com um público por vezes gargalhando juntos, me trouxe por alguns momentos o sentimento de realmente estar no Brasil. Chorei ouvindo as músicas, principalmente “Carinhoso”. Tá, também chorei à toa vendo aqueles amigos falando a mesma língua, buscando seus sonhos juntos, dividindo dificuldades juntos, fazendo uma história juntos e lembrei de todos os “meus” que seguem agora em outros caminhos, assim como eu. Voltei ao tempo e chorei de saudades. Mas também ri horrores com várias passagens absurdamente brasileiras no filme, piadas que sao difíceis de explicar pra qualquer gringo. Quer um exemplo? Em uma das passagens do filme, o grupo de músicos que sao protagonistas no filme vao para Nova York buscando a fama. Chegando lá um deles (Rodrigo Santoro) conhece uma brasileira que mora lá (Cláudia Abreu) e descola a oportunidade de hospedar o grupo todo no apê dela. Ela tem uma vizinha francesa que fica caidinha por um dos integrantes do grupo (Jairzinho – quem nao ficaria? rs). Um dia essa francesa leva uma torta ou sei lá o que de presente para todos no apê e comeca a falar em francês com os meninos que nao entendem bulhufas, mas como todo bom brasileiro, sempre dao um jeito de se comunicar. Chegando ela diz “Savá?” (Como vai?) e eles todos empolgados com a simpatia da moca, respondem rachando o bico “Ah Saravá”. Nisso a platéia brasileira no cinema se mata de rir (só vendo pra rir também) e eu cai na minha sutil gargalhada (imagina!). Eis que uma alema sentada ao meu lado me cutuca e me pergunta em alemao: “Was bedeutet Saravá?” (O que significa Saravá?). Putz, eu ainda rindo, disse francamente: “Entschuldigung aber leider gibt es wahrscheinlich keine Übersetzung auf Deutsch” (Desculpe, mas infelizmente provavelmente nao existe nenhuma traducao pra isso em alemao). Tá, eu podia ter tentado explicar em que contexto engracado usamos essa expressao, sua origem e blablabla, mas fala sério, eu ia precisar de uns 10 minutos pra isso, ou seja, perder 10 minutos daquele filme de jeito nenhum! Enfim, um filme ÓTIMO, muito bem estruturado, divertido, às vezes dramático, rico musicalmente e, principalmente, um filme que realmente representa o Brasil no que diz respeito à Bossa Nova e vontade de vencer e de viver.

No mesmo dia, mais tarde foi a vez de sermos presenteados com a presenca de Naná Vasconcelos, o melhor percussionista do mundo. Será possível descrevê-lo e descrever seu trabalho em palavras? Duvido. Nao é humano. É angelical. É transcendental. Eu praticamente entrei em transe com aqueles sons que ele tira de qualquer coisa, inclusive de um simples pinico. E a simpatia, meu Deus! Ele é daqueles artistas que são o que são em qquer lugar e não se deixa intimidar por estar aqui ou lá. Ele transformou o palco em um terreiro, depois em uma selva e muitas vezes em um picadeiro com seu humor delicioso, que nos obriga a participar. Trouxe o público para todos esses cenários, ou seja, dividiu seu palco humildemente com cada um dos que estavam presentes. Foi MÁGICO! Sem palavras.

Outro filme que assistimos foi “O milagre de Sta Luzia”. No filme nosso mestre do Forró, Dominguinhos, percorre o Brasil de norte à sul usando a história da sanfona no contexto Brasil para contar também sobre a sua trajetória, semelhante à trajetória de muitos nordestinos desse nosso gigante país. É um filme que nos faz rir muito, mas que também nos faz chorar (tá, tô de TPM e isso pode ter interferido…rs) e refletir sobre quem sao esses nordestinos no contexto Brasil. Eu, como paulistana, posso dizer que o filme toca lá dentro, assim como a sanfona de Dominguinhos e de todos artistas da sanfona que nos sao apresentados no decorrer do filme. Sao histórias de luta, de coragem, de falta de oportunidade, de esperanca, de fé. O filme mostra também como somos diversos, passando pelo nordeste, pelo centro-oeste, pelo sudeste e pelo sul. É riquissímo! E, vale a pena salientar, que o retrato mostrado de SP nao é muito agradável de se ver para quem é de lá, mas é preciso entender que ali o que se quis mostrar é para onde vao geralmente os nordestinos que lá chegam sem nada e se ninguém e, quem ver, verá que nada ali foi inventado. É triste, mas é real. Mas, sem dúvida, o sentimento que fica depois do filme nao é a tristeza, afinal estamos falando de nordestino, estamos falando de música, estamos falando de Brasil, ou seja, a única coisa que fica só pode ser alegria e saudade.

Quinta foi a vez de nos deliciar (ui!) com o show de ninguém mais, ninguém menos do que Jair Oliveira (nosso conhecido e querido Jairzinho). Foi interessante perceber que poucos brasileiros por aqui conheciam os trabalhos dele depois que deixou de ser o “Jairzinho”. O trabalho dele é simplesmente super-fantástico (juro que nao era pra ser um trocadilho besta…rs)! AMO! A voz, os arranjos musicais, as letras das músicas, a simpatia, a humildade, o sorriso (ahhh o sorriso..jesus!), a energia positiva que ele emana, a alegria, a calma, a brasileiridade do Jair Oliveira ou Jairzinho, ou seja lá que nome artístico ele assuma, é simplesmente mágica e inesquecível. O público pegou fogo, a mulherada ficou indócil, os estrangeiros com certeza se encantaram e eu nao vejo a hora de ir no próximo show dele aqui ou em qualquer lugar. E a hora que ele nos presenteou tocando “Superfantástico” estilo MPB! A galera foi à loucura! Nao, eu jamais poderia imaginar viver aquele sentimento de novo, enquanto ele cantava tenho certeza que passou um filme na cabeca dos véinhos por ali. Na minha passou um seriado inteiro! (((-:

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Olha o Jair ali no fundo, pertinho da gente
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Estar em casa é... encontrar velhas e novas amigas ao mais puro acaso... AMO!

Sexta chegou o último dia do festival 2009 e, com ele, chegou também a hora de botar pra quebrar literalmente. Dancamos sem (quase) parar com Max de Castro e Wilson Simoninha (filhos do grande Simonal). Foi difícil deixá-los ir embora, principalmente depois que chamaram o Jair Oliveira pra subir no palco. Ai é que ninguém queria mais ir embora mesmo! Foi mais um show digno de Brasil, mostrando nossa riqueza e toda nossa ginga, “of course”. (((-:

Fim só do primeiro Festival de Cinema Brasil e o comeco de uma nova e rica imagem brasileira no exterior. Pois, que a música brasileira é uma (ou a mais) rica e diversificada do mundo, todos já ouviram falar, mas ter a chance de ver isso é beeem diferente. Mas as músicas nao foram somente ouvidas, suas raízes foram expostas através dos filmes mostrados paralelamente. Impossível esquecer tal festival. Impossível nao sonhar com o próximo. Impossível nao continuar sorrindo todos os dias após cada show e cada filme.

Todos os dias que estive presente foram MARAVILHOSOS e só ouvi coisas maravilhosas sobre os dias que nao pude estar lá (sou apaixonada pelo Brasil e fa do Círculo Cultural Brasileiro e.V. aqui em Stuttgart, mas ainda sou estudante, poxa! rs).

Ontem foi o fechamento, um fechamento que na verdade nao tem nada a ver com o nome, pois pra mim ali ficou uma porta escancarada, cheia de sonhos e oportunidades para esse festival que nasce agora.

Parabéns Círculo e obrigada por trazerem um pouquinho de Brasil pra todos nós e pra todos àqueles que queriam saber o que é que o Brasil tem “de-mais”.

Links relacionados (conforme for aparecendo alguma coisa na mídia, vou colocando os links aqui):

http://www.film-erzaehlt-musik.de/