MUDANDO DE PAÍS – Mulheres de Massinha

Esse post é uma homenagem à todas mulheres que conheci aqui na Alemanha e em outros países fora do Brasil que decidiram sair de “casa” para enfrentar de tudo em outras terras.

Sim, mulheres como eu e talvez como você que está lendo esse post agora. Desde que cheguei na Alemanha (Jesus! Isso fez 3 anos dia 25 de marco!), conheci muitas mulheres brasileiras e estrangeiras que largaram tudo no seu país de origem para vir pra cá muitas vezes só com uma certeza: queriam ser felizes. A maioria tinha uma vida até que boa no Brasil, ou seja, nao decidiram vir pra Alemanha pra “melhorar de vida”. Muitas dizem que vieram buscando “qualidade de vida” no sentido social mesmo, mas nao que eram infelizes. Outras vieram por amor de verdade e outras por outros motivos, mas nunca por desespero.

Sim, existem outras histórias, protagonizadas por outros tipos de mulheres, mas este tipo de mulheres eu ainda nao conheci (apesar de já ter visto muitas) por aqui e também nao evitei. Elas simplesmente estao em uma sintonia beeeem diferente da minha e se passa perto da minha antena dá curto, entendeu? (((-:

Nao, esse post nao contempla essa segunda categoria (talvez um dia eu escreva um post sobre estas só pra sacudir o blog com um tema picante e conflitante…rs). Esse post é especial e exclusivo para aquelas mulheres que sonham em ser felizes sem ter que abrir mao dos próprios valores e sem ter que vender à alma a quem quer que seja. Sao mulheres fortes, mas NAO SAO DE PEDRA, SAO DE MASSINHA.

Sim, sao de MASSINHA. Isso pra nao dizer que sao “filés de alcatra” (rs). Sao mulheres que se moldam, adaptando-se às circunstâncias. A cada dia ganham uma curva nova ou perdem outras, sempre buscando a melhor aerodinâmica pra enfrentar o dia-a-dia numa cultura avessa à nossa (ou quem sabe talvez até mesmo complementar). Exatamente como aquelas massinhas que brincamos quando somos criancas. Essas mulheres sao feitas de um material flexível, mas nao mole. Se adaptam, mas independente da forma que tomam, a composicao continua inalterada, seus valores continuam intactos e preservados dentro da sua essência indestrutível e incorruptível.

Sim, esse post é para lembrá-las de que nao sao e nao tem que ser de pedra. Quem acha que é de pedra, nao pode ser alguém sabio. Ser de pedra é ser rígido, é ser inflexível, é ser frio, é imóvel, é passivo. Nao, se você é uma dessas mulheres fantásticas que a cada dia aprende algo novo, que a cada dia se descobre de novo, que a cada dia se permite fazer e ser algo diferente ee ainda se diverte no meio de tudo isso, você é, sem dúvida, de MASSINHA. Aquela mulher que todo o dia leva uns apertos da vida, chora, ora, reclama, xinga, mas que no final consegue ter sabedoria pra entender que aquele “aperto” até que foi gostoso (rs) e entende que precisava dele pra passar para a próxima etapa. Entende que a vida te molda pra que você se encaixe perfeitamente a cada nova situacao, afinal novos cenários exigem novos figurinos (aposto que gostaram dessa parte…rs).

Morando aqui na Alemanha e, principalmente, através deste blog, tenho tinho contato frequente e pessoalmente com essas “Sras. Massinhas”. Sim, é impressionante como existem tantas brasileiras e estrangeiras incríveis que superam muitas vezes completamente sozinhas dificuldades simultâneas e extremas por aqui. Mas o mais triste é perceber que pouco se fala ou se escreve sobre elas. Sim, nós mulheres brasileiras temos MUITOS motivos pra termos orgulho de dizermos onde quer que seja que somos brasileiras, pois muitas de nós estamos “fazendo bonito” aqui nas “Zoropa”. Mas infelizmente qualidades e estereotipos sao duas coisas que nao parecem combinar. Infelizmente.

Digo isso, pois eu também sou uma dessas mulheres de massinha. Continuo me moldando diariamente, continuo deixando alguns pequenos pedacos espalhados por ai, também continuo resistindo à novas e inevitáveis curvas, continuo mantendo minha flexibilidade e maciez me regando com lágrimas (e cerveja..rs), continuo me “auto-apertando” quando a vida tá ocupada demais pra fazer isso por mim e continuo me divertindo muito no final dessa brincadeira toda (rs).

Ser de massinha nao é ser volúvel, é ser flexível. Ser de massinha nao é vergonhoso, é admirável. E é por isso que eu me admiro e admiro à todas vocês que me fizeram e me fazem enxergar o quanto somos poderosas e o quanto tomar uns apertoes de vez em quando é bom pra ajudar no encaixe. (((-:

Parabéns mulherada e obrigada simplesmente por existerem e resistirem!

PROPAGANDO-ME: Entrevista Maira & Rodrigo no blog da Mineirinha

Já faz um tempinho que a Sandra (Mineirinha) me pediu para me entrevistar. Mas é lógico que eu topei, pois cá entre nós, eu sempre sonhei em ser entrevistada. Faciiiinha… (((-:

Ela me mandou as perguntas por email e eu respondi com tanta euforia e prazer que a entrevista quase virou um livro. Foi delicioso responder! Sei lá, conforme eu ia respondendo, eu ia percebendo o quanto tenho bagagem. Vocês já pensaram em pedir pra alguém entrevistar vocês? Nao? Entao pecam, pois vale a pena! Em alguns momentos você responde algumas coisas de forma tao espontânea, que de repente você lê o que escreveu e percebe que nunca tinha pensado “conscientemente” naquilo, mas estava com certeza latente na sua mente. Doido, né!?

Curiosos? Entao passem lá no blog da Mineirinha e nao deixem de me dizer o que acharam, ok!?

Autógrafo só pesoalmente, combinado? ((((-:

CONQUISTAS – Metade do caminho

Hoje foi o dia em que completei metade do caminho no MBA. Eu nao teria lembrado sozinha (aliás nem pensei em ter que lembrar disso), mas o Rô tá desde ontem no meu ouvido: “Maira você sabe que amanha você vai alcancar um “milestone” muito importante, nao sabe?”. E eu: “Hein? Tá doido.” Foi entao que ele me disse todo orgulhoso que eu estava chegando na metade do curso. Fofoooooo! (((-:

Mas hoje desde manha ele está repetindo a mesma coisa. Me ligou pra me lembrar no final da tarde e decidiu fazer pao-de-queijo pra gente comemorar. E, pra fechar, me convenceu a escrever esse post pra registrar esse “momento lindo”. E cá estou eu dividindo  mais essa conquista com meu leitores(as) queridos(as), caso contrário o Rô vai continuar falando disso até o final do curso. (((-:

Chegar à metade desse caminho, nao foi fácil, mas tem dias que você percebe que poderia ser pior. Hoje, por ex., vi meu colega chinês treinando caligrafia na pausa para o café da tarde. Ali percebi que nunca tinha pensado que para os asiáticos, aprender uma língua ocidental é EXTREMAMENTE difícil, pois eles também tem que aprender a escrever, assim como quando a gente comeca a ser alfabetizado. Ou seja, como é que eu posso reclamar do nível de dificuldade que estou tendo, vendo o china vivendo tais dificuldades pra mim “básicas”? Pois é, nem sempre a grama do vizinho é mais verde. (((-:

Mas essa conquista é, sem dúvida, uma conquista abencoada. Aliás, um dia voltei pra casa pensando nisso. Pensando o quao abencoada eu sou por ter a oportunidade de estar fazendo o que estou fazendo. Tem dias que eu simplesmente olho pra minha vida antes de vir pra cá e agora e simplesmente nao consigo acreditar, sabia? É tanta coisa que a gente vive e tudo acontece tao rápido que você normalmente nao tem nem tempo pra processar o que está acontecendo de verdade. É intenso demais o que se vive numa situacao dessas e só quem viveu ou vive sabe exatamente do que estou falando. Portanto, chegar na metade do caminho é uma PUTA conquista, mas acredito que a maior conquista mesmo nao é a metade e nem o final, mas sim o comeco. Sim, penso que a nossa maior conquista numa situacao dessas é ter coragem pra pisar num terreno completamente desconhecido, se propondo a superar qualquer obstáculo, se sujeitando à “humilhacoes”, assumindo o risco de se frustrar, superando os próprios limites, enfim, dando o primeiro e mais difícil passo: comecar.

Entretanto chegar à metade do caminho também seu valor. Entao que venha a outra metade e que passe rápido, pois já estou na fase do “me arrasta que eu vou”. (((-:

E viva à metade! Agora vocês me dao licenca, mas como uma conquistadora de metades, mereco agora comer meu pao-de-queijo inteiro, certo!? (((-: