VIDA NA ALEMANHA – Sair de Repente pra Kagar

                                                                                                                                                                                                                                       

Apertado? É só sair de “Repente” pra “Kagar”. Pois é, é isso que dá brasileiros vivendo na Alemanha. Olha o que o cara foi observar. (((-:

E sim. Repente e Kagar são dois lugares de verdade que ficam em Rheinsberg, na Alemanha. Se tiver curiosidade google neles!

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Estou sumida, abarrotada de coisas da Uni pra fazer, mas ainda viva e preparando um post gigaaaaaaaaaante sobre a viagem para a Turquia. Quem esperar verá! Seguuuura! (((-:

ALEMANHA – Berlim (Reveillon 2010)

Atenção! Esse post, apesar do atraso, é sobre a passagem de ano de 2009 para 2010. Isso é uma prova de que 2010 tá pra lá de bom! E, seguindo o ritmo, logo escrevo sobre o CARNA que foi MARA (para o padrão alemão, lógico…rs)! (((-:

Im! Im! Im! Ano Novo em Berlim! AMOOOOOOOOOOOOOOO!!!! (((-:

Essa “virada” (ui!) foi sim MUITO especial: lugar especial, cias especiais e condições climáticas pra lá de “especiais”. (((-:

Bom, eu não vou falar muito sobre Berlim em si, pois sobre essa cidade alemã MARAVILHOSA você pode ler nesse outro post que escrevi depois da primeira vez que estivemos por lá. Imperdível! (((-:

Vou direito aos fatos que marcaram essa viagem especificadamente. Essa foi uma daquelas viagens que você fica “paquerando” por muito tempo e quando menos espera tá lá. Não tínhamos certeza se iríamos, pois o inverno por aqui e por aquelas bandas também estava pra lá de rigoroso (aliás, ainda está). Como tínhamos decidido que caso fossemos, iríamos de carro, ficava sempre aquele receio de pegar nevasca no caminho, afinal são aprox. 600km daqui (Stuttgart) até Berlim. Na verdade, o receio era da pessoa com juízo nessa casa, que, lógico, não sou eu (rs). Eu só fiquei botando pilha pra gente ir, dando uma de “Mãe MairÁ” e prevendo uma condição climática sempre extremamente favorável ao preenchimento dos meus desejos pessoais. (((-:

No fim dobrei o mineiro e ele topou encarar a dona neve e tudo mais, só que faltava um “pequeno” detalhe: não, não estou falando sobre os pneus de inverno, pois estes compramos baratim’ pelo eBay, nosso problema era não ter hospedagem reservada. Pois é, começou o desespero, pois em todos os sites que costumamos procurar hospedagem não tinha mais nada livre na região de Berlim para o Ano Novo. Bom, eu não me desespero.. e desistir, jamé! Comecei a procurar nas cidades vizinhas e eis que achei um apartamento de férias em Potsdam (20km de Berlim) simplesmente FANTÁSTICO!!!

Olha o alemao fazendo "churrasco" de linguica no meio da neve!

Ultimamente sempre procuramos esses apês que eles chamam aqui de “Ferienwohnung” (ou, carinhosamente, FeWo). É, geralmente, um andar de uma casa de senhores, cujos filhos se mandaram e ai estes decidiram transformar “metade” da casa em um “apartamento de férias” e faturar uma graninha. A-DO-RO! Pra eles vale super a pena e pra quem fica lá mais ainda, pois costuma ser mais barato que qualquer hotel e você se sente literalmente em casa. Além disso, você tem normalmente a oportunidade de interagir com os donos da casa, ou seja, a oportunidade de trocar idéias com pessoas locais (desde que você fale a língua deles, claro…rs). E, nesse caso, foi mais especial ainda, pois Potsdam pertence à antiga Alemanha Oriental e os dois vozinhos viveram a vida inteira deles naquela cidade, inclusive o período onde o muro isolava uma Alemanha da outra. Os donos desse apartamento de férias eram o Sr. e Sra. Zahn (dente, em português). Quando chegamos lá eles pensaram que a Haila (minha irma) era mulher do Rô e eu a irma dele, ou seja, confirma-se aqui mais uma vez a teoria que depois de alguns anos juntos o casal fica “parecido” (fisicamente, lógico). (((-:

Receberam a gente com um carinho inesquecível e, inclusive, no dia 1° chamaram a gente pra fazer um brinde com, lógico, “Sekt”, o famoso “champagne” alemão que eles tomam em toda e qualquer comemoração. Nos sentimos super à vontade com os vovôs, aliás senti eles como aqueles avós que contam histórias pra encantar a gente. Eles contaram um pouco sobre como era a situaçao na época da antiga Alemanha oriental. Disseram que os mercados nao tinham a variedade de artigos e abundância de mercadorias como hoje. Algumas coisas eram racionadas e pra outras tantas era necessário se cadastrar e esperar a disponibilidade. Por exemplo, para comprar móveis as pessoas tinham que se cadastrar e, as vezes, o tempo de espera era superior a 1 ano. Outra coisa curiosa era que o aquecimento das casas era feito quase sempre p0r grandes fornos a lenha que ficavam em cada cômodo da casa (dimensoes aprox. 1,60 x 1,0 x 0,5 m). Eles ainda tinham um desses na sala da casa, só pra enfeite. Eles disseram que os aquecedores moderninhos iguais aos de todas as casas que eu já ví aqui (aquecedor central que circula água quente) só chegaram lá há uns 10 anos. Porém, é bastante interessante notar que, apesar das restriçoes materiais e de um certo cerceamento da liberdade individual, eles disseram que a vida naqueles tempos era melhor. Tudo era controlado pelo estado, mas as pessoas e as próprias condiçoes eram mais igualitárias, e a vida em comunidade era mais intensa. A Sra. Dente disse, com bastante propriedade, que hoje em dia muitas pessoas se medem pelo poder e padrao de consumo, e estao bem mais individualistas. Pois é, depois da conversa deliciosa que tivemos com os vozinhos fiquei pensando como seria bom se houvesse um sistema de organizaçao que só pegasse as coisas boas do capitalismo e socialismo… seria…

A casa deles e o nosso apê eram fofos demais! Sabe casa de vó? Pois é, imagina isso e já está bem perto da verdade. Quando a gente saia dava até tristeza, porque o que a gente queria mesmo era ficar lá o tempo todo. Mas Berlim estava chamando e com neve ou sem neve eu não resisto à esta cidade!

De onde estávamos até Berlim era rapidinho, mas, por causa da neve, preferimos ir de carro apenas até a estação de trem mais próxima e com esse trem íamos direto no centro de Berlim com todo conforto que qualquer um deseja naquela nevaiada. A Haila parecia uma criança feliz e eu, pra variar, também! (((-: Abaixo algumas fotinhos invernais de Berlim pra vocês!

Na véspera de Ano Novo estávamos numa preguiça avassaladora pra sair de casa, então enrolamos até onde pudemos. Vimos na TV um cara falando algo do tipo: “Pra quem quiser se aproximar do Portal de Bramdenburg é melhor chegar até as 21 horas.” Na hora ouvimos e ficamos tentando imaginar se eles iriam proibir a entrada após este horário ou não, mas de tanto imaginar foi ficando tarde e fomos pra lá correndo o risco mesmo. Dito e feito: a região em torno do portal estava cercada e as entradas foram interrompidas a partir das 21 horas, pois não cabia mais ninguém naquela meiuca (segundo a estimativa da polícia, havia mais de 1 milhao de pessoas).

Ficamos tentando “dar um tumé”, mas não conseguimos furar a segurança, então tivemos que andar bastante pra conseguirmos chegar até um telão que estava transmitindo tudo para os que ficaram fora da área próxima ao portão. Nossos pés estavam congelando, mas mesmo assim conseguimos nos divertir muito com as figurinhas que apareciam por lá e com as nossas loucuras e crises de bobeira também. (((-:

Qual não foi a surpresa quando um pouco antes da virada me começa a tocar aquela &%$* da música “Samba de Janeiro” e logo depois da virada foi a vez do “Rap das Armas” na versão original em espanhol. É lógico que eu e a maninha demos um show de como se dança funk paulista! ((((((((-:

Foi uma Ano Novo inesquecível e simplesmente MARAVILHOSO!!! Mas a volta pra casa foi beeeem branca como a vida na Alemanha costuma ser… (((-:

VIVER NA ALEMANHA – Café “Mamãe & Papai & Bebê”

Esse post poderia ser sobre vários assuntos como, por ex.: cafeterias em Stuttgart com infra-estrutura para atender maes com criancas de colo, número de bebês estrangeiros na Alemanha, número de bebês do sexo feminino nos últimos anos (todas sao meninas na foto acima), tolerância e flexibilidade dos brasileiros, etc. Por isso decidi colocar um título onde eu possa escrever sobre tudo isso. (((-:

Organizei solidariamente e com muita alegria um encontro entre algumas amigas que tiveram bebê à pouco tempo (e tinha até uma vovó na turma), pois todas sao brasileiras e algumas nao se conheciam, enquanto outras só se viram uma vez aqui em casa e depois perderam o contato. Foi, pra mim, um evento muito especial, pois todas sao muito especiais e as conheci antes de serem maes. É mágico vê-las tao transformadas em tao pouco tempo, é delicioso vê-las tao maduras e competentes em algo que elas nunca viveram. Mas nesse mundo ninguém mais acredita em boas intencos, pois estando ali, percebi que alguns talvez chegaram a pensar que propus esse encontro para fazer uma graaaande revelacao, mas se enganaram bobinhos. (((-:  – Amigas/colegas que nao foram convidadas, nao fiquem chateadas, facam filhos ou organizem o próximo encontro e ai estao dentro. Viu como é fácil? (((-:

Decidimos tomar um café da manha (Frühstück) juntos em uma cafeteria em Stuttgart e é ai que comecou a parte emocionante da bagacinha. A princípio tínhamos combinado de ir só a mulherada e os bebês, mas depois algumas disseram que era melhor levar os maridos pra tomar conta das bebês. Vocês acreditam que isso aconteceu? Naaada. (((-: Enfim, no fim fomos todos (inclusive o Rô, que fugiu da foto pra nao se comprometer…hahaha), mas faltou um casal com uma menina linda que estava doentinha.

Sabe quando uma cafeteria aqui em Stuttgart deve ter recebido 11 adultos, 4 bebês e, nao podemos esquecer do principal, 4 carrinhos de bebês de uma só vez? Acredito que NUNCA. Sério! Procurei incansavelmente na internet cafés com infra-estrutura para isso (“Café mit Kinderbetreuung” ou “Kinderfreundliche Cafés”) e, no fim, decidi tentar a sorte mesmo em alguns que foram classificados como bons pelos internautas. Até encontrei um site com várias dicas nesse sentido, mas pela internet nao consegui muitas infos sobre tais cafés, entao achei melhor nao arriscar.

Decidimos ir no “Academie der schönsten Künste“, um café realmente muito agradável, com uma decoracao repleta de arte e dizem que o café da manha lá é divino. Eu já tinha ido lá uma vez com meu primeiro grupo no curso de alemao, mas nao lembrava (básico). Liguei lá e perguntei se precisava fazer reserva, eles disseram que nao. Disse que eram muitas pessoas, disseram que nao precisava reservar mesmo. Disse que iriam algumas criancas de colo e perguntei se eles tinham cadeira e trocador, disseram que tinham tudo e que nao precisava mais me preocupar. Depois disso me deixaram falando com o “tun-tun”, ou seja, desligaram de uma forma bem alema na minha cara. Esse era o sinal que eu, dessa vez, nao peguei. (((-: Eu e o Rô chegamos mais cedo pra garantir os lugares pra cambada, mas chegando lá o atendente quase surtou quando eu disse os números. Primeiro ele disse que eles nao tinham espaco pra tanta gente, só tinham uma cadeira pra bebê e nao tinham espaco pra colocar os carrinhos. Insisti, ele liberou, mas disse que se meus amigos demorassem muito pra chegar eu nao poderia segurar os lugares. Pois é, ele nao sabia que eram todos brasileiros, senao aposto que ele nem tinha me dado a chance de esperar. (((-: Esperamos até 10 minutos depois do combinado e decidimos pensar em um plano B. Tá, eu decidi buscar outra café e o Rô decidiu ficar bravo até o fim do dia. (((-:

Sai ligando pro povo que ainda estava a caminho (brasileiro é brasileiro em qualquer lugar, ou seja, nossos segundos no relógio sempre sao mais lentos que os dos alemaes…hahaha). Eu tinha pensado no restaurante que eu mais AMO em Stuttgart, o “Pilum“, pois sei que lá eles servem café e brunch. Sem sucesso, pois no sábado eles só abrem a partir das 17 horas e é no domingo o melhor dia para ir lá tomar um café da manha ou faturar um brunch. “Pech gehabt!” (Azar o nosso!). Uma das meninas propôs o “Wiener`s Kaffeebar” , mas azar de novo, nao tinha mais lugar livre, ou seja, lá precisávamos ter reservado. Logo depois ela me liga e diz que no “Alte Kanzlei” tinha lugar suficiente pra tudo e pra todos. Mas logo em seguida me liga outra e diz que já está no “Grand Café Planie” e que já dominou váááárias mesas pra gente. Detalhe que esse Café é o café onde eu já fui mais de 30 vezes, pois fica colado na escola onde estudei alemao, mas nem tinha pensado nele. (((-:

Plano B efetuado com sucesso! Fomos todos para o novo lugar de encontro e foi simplesmente fantástico, MAS o Café, apesar de realmente ser bem espacoso, nao tinha cadeira para bebê (Kinderstuhl), nao tinha trocador de fraldas (como fala isso em alemao?) e também nao tinha espaco para colocar os carrinhos de bebê (Kinderwagen). No fim, como bons brasileiros que somos, demos um jeitinho e nenhum dos imprevistos se tornaram grandes problemas. Por isso, entre outras coisas, que amo ser brasileira! Tá bom, acho que somos tolerantes até demais, mas prefiro mil vezes ser assim do que ser como os alemaes, ou seja, tolerância e inflexibilidade normalmente tendendo a zero.

Lógico que causamos no lugar, afinal aquela cena por aqui nao é nada comum e brasileiros sao para os padroes alemaes MUITO barulhentos. E, pra piorar, ainda tinha um italiano e um alemao bagunceiro entre nós. Já viu a farra, né? Ficamos sendo o centro das atencoes, principalmente dos garcons que tinham que tomar cuidado pra nao tropecar nos carrinhos ou até mesmo nos brasileiros (tipo eu) que nao param quietos em um só lugar. Tinha horas que eu observava eles tontinhos, principalmente na hora dos pedidos. Sinto que se chegarmos lá de novo, eles vao dizer que todas as mesas já estao reservadas. (((-:

Mas e você: conhece algum Café com infra-estrutura para criancas de colo & cia? Se conhecer algum nao deixe de dizer pra gente, afinal maes nessa situacao sao tolerantes, mas merecem ter um lugar ao Sol também, né!? Morar em país com baixa taxa de natalidade é isso, ou seja, a infra-estrutura voltada para maes com bebês de colo é muito limitada e quando se chega nos lugares sente-se até mesmo discriminada. Sério! Se a crianca chora, perturba a paz local, afinal como aqui nao tem muita crianca, nao tem muita choradeira em lugares públicos também. Se a crianca caga (ah defecar é verbo de fresco e já passamos da fase de “fazer caca”, né!? hahaha), muitas vezes a mae tem que limpar no carrinho mesmo, pois nao é tao trivial achar trocadores nos estabelecimentos tipo restaurantes. Se você entra nos lugares com o carrinho, você sente sempre que está atrapalhando (e está…hahaha). Agora junta tudo isso com o fato de você ter muitas amigas na mesma situacao que você? Isso é uma “Katastrophe” aqui na Alemanha! Ninguém tem tantos filhos e muito menos tantos amigos assim por aqui. (((-:

Bom, nem preciso dizer que depois desse evento tive mais uma idéia de empreendimento, né!? (((-:

Depois de falar tanto em café, tenho que ir ali tomar um, afinal sou uma viciada. Mas antes de ir, quero saber: alguma sugestao de cafeteria amiga da criancada em Stuttgart e arredores? Diga pra gente!

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E no Brasil? Se fosse no Brasil com certeza eu nao ia fazer esse evento em uma cafeteria (afinal nem temos essa cultura – no Brasil o melhor café é aquele coado na hora em casa). Com certeza ia rolar é um belo e suculento rodízio em uma beeeeela e espacosa churrascaria. (((-: